domingo, 10 de janeiro de 2016

«Igreja não está no mundo para condenar», diz o Papa

Livro-entrevista centrado no tema da misericórdia
vai ser publicado esta terça-feira em 86 países
Um novo livro-entrevista do Papa vai ser publicado esta terça-feira, em 86 países, com o título ‘O nome de Deus é Misericórdia’, reforçando as posições de Francisco sobre a necessidade de uma Igreja de “portas abertas”.
“A Igreja não está no mundo para condenar, mas para permitir o encontro com o amor visceral que é a misericórdia de Deus”, refere, na entrevista ao vaticanista italiano Andrea Tornielli.
Num dos excertos da obra, divulgado pela Rádio Vaticano, Francisco diz que também o Papa é alguém com “necessidade da misericórdia de Deus” e revela ter uma “relação especial” com os presos.
“Cada vez que passo a porta de uma cadeia para uma celebração ou para uma visita, surge-me sempre este pensamento: porque eles e não eu?”, explica, acrescentando que não se sente “melhor” do que aqueles que estão à sua frente.
O Papa apresenta a sua visão sobre a missão da Igreja no mundo, sublinhando que quando “condena o pecado” o faz porque “deve dizer a verdade”.
Ao mesmo tempo, no entanto, “abraça o pecador que se reconhece como tal, aproxima-se dele, fala-lhe da misericórdia infinita de Deus”, à imagem de Jesus, que “perdoou mesmo os que o crucificaram”.
“Seguindo o Senhor, a Igreja é chamada a derramar a sua misericórdia sobre todos os que se reconhecem como pecadores, responsáveis pelo mal que fizeram, que sentem necessidade do perdão”, observou.
Em relação ao ano santo extraordinário que convocou, o Jubileu da Misericórdia (dezembro de 2015-novembro de 2016), Francisco espera que a iniciativa permita fazer emergir um rosto cada vez mais materno da Igreja.
O Papa convida as comunidades católicas a “sair das igrejas e das paróquias” para ir ao encontro das pessoas, onde elas vivem, “sofrem e esperam”.
“A Igreja em saída tem a caraterística de surgir no local onde se combate, não é a estrutura sólida, dotada de tudo”, mas um “hospital de campanha” no qual se pratica uma “medicina de urgência”.
Nesse sentido, deseja que o jubileu extraordinário “faça emergir cada vez mais o rosto de uma Igreja que redescobre as vísceras maternas da misericórdia e que vai ao encontro de tantos feridos necessitados de escuta, compaixão, perdão, amor”.
Após precisar que o pecado é diferente da “corrupção”, porque nesta não existe qualquer “arrependimento”, Francisco fala da “graça” da vergonha, porque permite ter a consciência das falhas e limites de cada um, diante de Deus.
Agência Ecclesia

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