Madre Teresa de Calcutá é canonizada, este
domingo, pelo Papa Francisco, passados 19 anos, menos um dia, da sua morte, a 5
de setembro de 1997, aos 87 anos. Este é, por certo, o gesto que marcará, mais
do que qualquer outro, o Ano da Misericórdia. Esta religiosa
está na memória de todos, com a sua figura franzina, vergada por uma existência
dedicada ao serviço dos mais pobres entre os pobres, mas sempre repleta de uma
energia interior inexaurível: a energia do amor de Cristo.
Deixemo-nos iluminar pelo seu exemplo, para
seguirmos a Cristo, livres de tudo, de modo que nada nos estorve, “pois aquilo
de que não precisamos só nos pesa” (Madre Teresa).
A misericórdia é, no seu núcleo, uma virtude espiritual, mas o Papa
Francisco tem insistido, ao longo deste ano que, para ser autêntica, a misericórdia
deve manifestar-se em ações concretas de serviço. Neste ano, somos chamados a
redescobrir, a valorizar e a praticar, com alegria, as obras de misericórdia
corporais e espirituais. Ora, poucas figuras católicas, alguma vez, e
provavelmente nenhuma no seu tempo, ilustraram melhor esse impulso para a
misericórdia concreta, do que Madre Teresa, desde os centros para doentes com
SIDA às casas de acolhimento para crianças perdidas e refugiados. Não houve
qualquer espécie de sofrimento humano a que ela não tivesse dado uma resposta
prática. Nesse sentido, Santa Teresa de Calcutá ficará para sempre como uma
espécie de "manual de como fazer
misericórdia", em carne e osso, uma espécie de “guia do utilizador” para saber o que é, na prática, a misericórdia.
Daqui por diante, o Papa Francisco não tem de oferecer qualquer explicação
detalhada do que é a misericórdia; tudo o que tem de fazer é apontar para Madre
Teresa e dizer-nos: «Procurai fazer como
ela».
Por tudo isto, não é temeridade dizer que o Ano da
Misericórdia alcança, com esta canonização de Madre Teresa, o seu auge
espiritual.
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