sexta-feira, 28 de outubro de 2016

30 Outubro 2016 – 31º Domingo do Tempo Comum – Ano C


A liturgia deste domingo convida-nos a contemplar o  amor de Deus.

Apresenta-nos um Deus que ama todos os seus filhos

sem excluir ninguém:

-nem sequer os pecadores,

-os maus,

-os marginais,

-os “impuros”.
Leituras: aqui
Como é o OLHAR DE DEUS?
Com frequência, somos levados a olhar nas pessoas só os aspectos negativos...
Como é o OLHAR DE DEUS? 
 Na 1ª Leitura, vemos o Olhar de Deus:
"Os olhos de Deus são diferentes dos nossos". (Sb 11,22-12,2) 
O autor sagrado manifesta o seu espanto porque o castigo de Deus sobre os egípcios tinha sido moderado e benevolente.
E encontra três razões para justificar essa benevolência de Deus:
1. Ele é paciente porque é grande e poderoso...
Não se sente incomodado pelos atos dos que são pequenos e finitos.
Daí resulta a tolerância e a misericórdia...
2. Ele não quer a morte do pecador, mas a sua conversão.
Por isso: "Deus fecha os olhos" diante do pecado do homem, a fim de o convidar ao arrependimento.
3. Deus ama todas as criaturas: Porque tudo é obra de suas mãos...
Ele não está interessado em castigar os homens.
Os próprios males não são "castigos de Deus".
Servem até como remédio para que o homem ponha os pés no chão, reconheça seus pecados e enverede pelos caminhos da vida.
* Essa imagem do amor e da misericórdia de Deus deve  impregnar-nos e transparecer em gestos para com os nossos irmãos.  
Na 2ª Leitura, vemos o Olhar de Paulo. (2Tm 1,11-22)
 O Apóstolo lembra que Deus é o protagonista na salvação do homem.
Deus está sempre no princípio, no meio e no fim...
É ele quem anima e dá forças ao longo da caminhada;
é ele quem nos espera no final do caminho, para nos dar a vida plena.
* A salvação não é uma conquista nossa, mas um dom de Deus 
No Evangelho vemos o Olhar de Jesus, no encontro com Zaqueu. (Lc 19,1-10)
+ ZAQUEU é chefe dos Publicanos, um chefe de ladrões...
homem de "baixa estatura", pequeno, insignificante aos olhos dos homens, desprezado e rejeitado da comunidade...
- Este homem procurava "ver Jesus".
O "Ver" indica aqui mais do que curiosidade, indica uma procura intensa de algo novo, uma ânsia de descobrir o "Reino", um desejo de fazer parte dessa comunidade de Salvação que Jesus anunciava.
- No entanto, o Mestre devia lhe parecer distante e inacessível, rodeado desses "puros" e "santos", que desprezavam os marginais como ele.
- O "subir a um sicômoro" indica um desejo muito forte de encontro com Jesus, disposto a enfrentar até o ridículo ou as vaias da multidão.
+ JESUS vai ao Encontro dele.
Deixa o grupo dos "fiéis" e preocupa-se com o "pecador".
Ergue os olhos e vê o "pequeno"... Chama-o pelo nome: Zaqueu ("puro").
Ele se autoconvida: "Desce depressa... porque hoje preciso ficar em tua casa". 
+ A atitude de Jesus provoca uma REAÇÃO:
- A Multidão murmura escandalizada: "Foi hospedar na casa de um pecador".
- Zaqueu acolhe com alegria o hóspede... Prepara um "Banquete"...
E, comovido, faz um pequeno discurso, em que manifesta a sua transformação.
Está disposto a repartir os seus bens com os pobres e restituir quatro vezes mais o que tinha roubado...
Zaqueu só se aquietou quando conseguiu VER JESUS e acolhê-lo em sua casa e em seu coração.
+ CRISTO conclui: "Hoje entrou a salvação nesta casa..."
   Passos: - Zaqueu deseja ver Jesus... e vai à procura; supera os obstáculos... 
     - Jesus percebe o interesse e vai ao encontro: Convida-se...
               - Acolhido... Zaqueu abre as portas de seu coração... desce de pressa, acolhe Jesus e também os pobres: a Salvação.
 
* Zaqueu só resolveu ser generoso após o encontro com Cristo  e após ter feito a experiência do AMOR e da MISERICÓRDIA de DEUS.
O amor de Deus não se derramou sobre Zaqueu depois de ele ter mudado.
O que provocou a conversão de Zaqueu foi o amor de Deus, quando ainda era pecador. Converteu-se, quando se sentiu amado...
Prova-se assim que o amor pode transformar o mundo e o coração dos homens.  
 
Hoje Cristo continua batendo à porta de nossa casa.
Ele deseja cear connosco para nos libertar de tudo o que nos aprisiona e impede o nosso crescimento da vida de fé e de comunidade.
Abrindo as portas de nossa casa para acolher Jesus, abrimos também os ouvidos e o coração ao anúncio da Boa nova.
É esse Deus de amor que devemos anunciar com palavras e gestos.
Só o amor gera amor e só com o amor conseguiremos transformar o mundo e o coração dos homens.
Deus convida-nos  a amar todos os homens, inclusive os pecadores; mas chama-nos a combater o pecado, que enfeia o mundo e destrói a felicidade do homem.
Qual é o nosso Olhar para com os que se sentem excluídos e marginalizados até pelos "fiéis" de nossas Comunidade?
- Um olhar severo e feroz, como o do povo, que julga e condena?
- Ou um olhar meigo, como o de Jesus, que convida a celebrar num "Banquete", com muito amor e acolhimento?

                                               Pe. Antônio Geraldo Dalla Costa -30.10.2016  


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