quinta-feira, 29 de dezembro de 2016

1 Janeiro 2017 - Solenidade de Santa Maria, Mãe de Deus – Ano A

Leituras: aqui

 “Com Maria, acolher e celebrar  DEUS CONNOSCO PARA UMA HUMANIDADE NOVA."
E este belo dia, o primeiro do novo ano civil, é-nos muito propício a sonhar, porque de algum modo nos convida “a nascer de novo”, a reinventar a nossa vida, a refazer os nossos passos, a reiniciar o caminho, a dilatar o coração, para receber o futuro, como dom e presente, como promessa e compromisso! Todavia, não tenhamos ilusões: nada será novo, no ano de 2017, se tudo, em mim, for como dantes! E poderíamos ainda dizer que todos os sonhos do mundo, traduzidos, esta noite, em mil imagens, mensagens e votos de feliz ano novo, se condensam num único desejo: a Paz! Ela não é a simples ausência de conflitos e de guerras; ela é a síntese daqueles verdadeiros bens, pelos quais aspira o nosso coração, e que só se encontra plenamente, em Cristo, verdadeiro Deus e verdadeiro Homem. É Ele a nossa Paz! É Ele o Príncipe da Paz!
Na sua Mensagem, para este quinquagésimo Dia Mundial da Paz, o Papa Francisco propõe a não violência como estilo de uma política para a paz, pedindo-nos a todos que “façamos da não violência ativa o nosso próprio estilo de vida” (n.º 1). E o Papa recorda que este estilo, capaz de amar os inimigos e de resistir ao mal com o bem, tem raízes no coração e, por isso, deve começar por ser cultivado na família! Não vale a pena sonhar um mundo de paz, quando, em nossa casa, entre laços de sangue, não somos capazes de perdão, de compreensão, de aceitação. Disse o Papa, noutro lugar: “Na família há dificuldades, mas essas dificuldades são superadas com amor. O ódio não supera nenhuma dificuldade. A divisão dos corações não supera nenhuma dificuldade. Só o amor é capaz de superar a dificuldade. Na família há dificuldades. Nas famílias discutimos. Nas famílias, às vezes, «voam os pratos». Nas famílias os filhos dão dor de cabeça. Não vou falar das sogras… Mas nas famílias sempre, sempre, existe a cruz! Sempre. Porque o amor de Deus, o Filho de Deus, também nos abriu este caminho. Por isso, a família é «uma fábrica de esperança», porque foi Deus quem abriu esse caminho” (Papa Francisco, Discurso na Festa das Famílias e Vigília de Oração, em Filadélfia, 26.09.2015). E escreveu ainda o Papa: “nunca se deve terminar o dia sem fazer as pazes na família. «E como devo fazer as pazes? Ajoelhar-me? Não! Para restabelecer a harmonia familiar basta um pequeno gesto, uma coisa de nada. É suficiente uma carícia, sem palavras. Mas nunca permitais que o dia em família termine sem fazer as pazes». Se tivermos de lutar contra um mal, façamo-lo; mas digamos sempre «não» à violência interior” (AL 104).  
Nunca é de mais recordar hoje, e para todo o ano de 2017, as três palavras, para cuidarmos da alegria do amor em família e construirmos a paz: «com licença», «desculpa» e «obrigado». Quando numa família não somos invasores indelicados e pedimos «com licença, por favor»; quando na família não somos egoístas e ingratos e aprendemos a dizer «obrigado»; e quando na família nos damos conta de que fizemos algo incorreto e pedimos «desculpa»… nessa família há paz e alegria. “Não sejamos mesquinhos no uso destas palavras, sejamos generosos repetindo-as dia a dia. Ditas no momento certo, protegem e alimentam o amor dia após dia (cf. AL 133; cf. AL 266). Deste modo, diria ainda Madre Teresa de Calcutá, o mundo aprenderá uma coisa muito simples: «Na família, não temos necessidade de bombas e de armas, não precisamos de destruir para edificar a paz, mas apenas de estar juntos, de nos amarmos uns aos outros (...). E assim poderemos superar todo o mal que há no mundo» (Discurso na entrega do Prémio Nobel, 11.12.1979). Que a semente da Paz, enraizada e cultivada, no seio da nossa família, frutifique, à nossa volta, na nossa terra, na nossa comunidade, e o nosso mundo se torne a ‘casa comum’, onde os filhos de Deus vivem como irmãos!
Por fim, a inauguração da Imagem de Santa Helena, se é uma justa homenagem àquele a quem toda a paróquia tanto quer, é também um desafio quotidiano para 2017. Santa Helena caminha connosco rumo ao alto, às alturas da santidade, do amor, da esperança.
A presença de Santa Helena , que a Imagem nos recorda diariamente, eleva-nos para o alto da nossa serra onde ela é venerada. Dos vales da nossa vida para os cumes de Deus. Vale a pena a caminhada. Disponhamo-nos a caminhar!

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