quarta-feira, 29 de março de 2017

Quando o telefone toca


D. Alzira Meireles não é uma mãe "baldas". Não foi nem é mais uma amiga dos seus filhos. É uma mãe amiga!
Costuma dizer que mãe não tem prazo de duração. Uma vez mãe, mãe para sempre. Por isso, enfastia-se com outras mães que dizem que, enquanto os filhos foram pequenos, procuram orientá-los. Mas quando são adultos, já nada podem fazer,  é lá com eles. Não pensa assim D. Alzira Meireles.  Nem age assim. Refere  que ser mãe é saber estar e atuar nas diferentes fases da vida dos filhos, sempre com respeito pela maneira de ser de cada um.
Atualmente nenhum dos seus três filhos está por cá, a vida levou-os para longe. Vive com o marido e uma cunhada solteira que sempre esteve com eles.
O telefone toca várias vezes durante a semana. O clima é de grande empatia familiar e as conversas tendem a prolongar-se. D. Alzira é  quem põe ponto final. "Filho(a), estás a gastar muito". A última voz a ecoar é a dela e tem o sabor de uma resposta que lhe brota da alma: "Eu também gosto muito de ti!".
Em cada telefonema, D. Alzira Meireles insiste e persiste no mesmo. Com voz doce, mas firme e convicta. "Filho(a) tens ido à Missa? Rezas? Sem Deus não somos nada! Acompanhas os meninos na vida catequética? Olha que Deus é a maior herança que podes deixar aos teus meninos!"
"Ó mãe, sempre o mesmo!... "
"Pois, meu filho (minha filha), também nos perguntamos sempre se estamos bem!"
Casal crente, D. Alzira e seu marido não deixam a fé na gaveta. Lembram-na, transmitem-na mesmo através dos fios telefónicos. A começar pelos seus, pois, como dizem os ingleses, "a caridade começa em casa."
Tantas mães e pais falam apenas com os filhos sobre a saúde, a prosperidade ou precaridade da vida, sobre peripécias familiares... Mas sobre Deus....

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